Blog dedicado a arte obscura porque muitas coisas passam todos os dias em nossa frente e não queremos enxergar, mas através de simples publicações tentaremos abrir seus olhos em um delírio prazeroso.
Aos Artistas Que Sobrevivem Nas Sombras Mais Inspiradoras E Aos Amantes Destas Sombras Na Forma De Arte, Poesia, Literatura E Música
Despertando com autenticidade os vosso ser!
Saudações a todos vós, andarilhos da noite e visitantes!
Carpe Noctem!
Mergulho
hoje em meu silêncio. Amargo espinho na carne. Gritas na minha surdez. Abafa-te
suas palavras amargas. Corriges tua postura. Não sabes o que é injustiça. Nem
entendes o que é amargura...
Comparei-te
a um anjo. Uma delicada flor. A mais linda rosa de um perfeito jardim. A mais
bela fruta da macieira que enfeitas como arvore natalina. Mas hoje te dou meu
silêncio para sua reflexão. Ou um adeus que machuca o coração...
Um ensaio de lindas curvas sensuais frente à tristeza desoladora pode encantar de forma marcante ao percorrer os corredores de cemitérios
dos vários cantos do mundo. Estas obras de arte são palco de lágrimas de
adeus e nos mostram uma morte temida e ao mesmo tempo envolvente. É a
entrega da vida à morte, numa doce rendição.
A estranheza provocada pelo grande número de esculturas eróticas nos
cemitérios sempre intrigou os estudiosos do tema, pois nada parece mais
distante do prazer que a morte. O que foge à compreensão do observador
distraído é que os espaços cemiteriais não foram criados unicamente para
os mortos, mas também para os que ali enterraram os despojos daqueles a
quem amavam, e estes devem ser considerados com muito maior
meticulosidade.
A morte é algo inevitável, e o único antídoto contra a
angústia provocada pela sua inexorabilidade é a vida. Concentrar-se em
viver intensamente provoca alivio diante da dor provocada pela ciência
de que se vai morrer um dia. O erotismo surge aqui como uma válvula de
escape, uma fuga da morte, através da perpetuação da vida.
Cemitérios de todo o mundo são palco de uma variedade artística tão
intensa, apesar do lado fúnebre, que nos fazem enxergar a morte com
olhos mais atentos ao detalhe, temerosos e apaixonados. Em meio a essa
atmosfera de dúvidas e incertezas, rodeada de flores cheirando a
despedida, somos rodeados por esculturas feitas em granito, mármore e
bronze, e muitas delas são dotadas de uma sensualidade intrigante. Cenas de nudez são dispostas de forma singular, denotando uma gama de sensações e sentimentos profundos.
Mulheres nuas são cobertas por finos tecidos, sob os quais se deixam
notar curvas de sensualidade aflorada, seios e pernas bem delineados,
uma certa pureza perante a morte. Um cenário de escancarado flerte entre
a vida e a morte, onde a nudez representa um estado de entrega perante o
desconhecido, lugar onde não se admitem mantos e máscaras. E no lugar
que faz jus à expressão “do pó vieste e ao pó retornarás”, a ausência de
roupas é mais do que explicada.
Rendição é a palavra. Nas faces distribuídas pelo cemitério, nos
comovemos pelas expressões de tristeza, depressão, abnegação, súplica,
indignação, lamento e angústia. Um estado de inércia e prostração frente
à impossibilidade de alterarmos o fato de que nunca conseguiremos
vencer a morte.
Elenco:
Ann Magnuson, Bauhaus, Bessie Love, Beth Ehlers, Catherine Deneuve, Cliff De Young, Dan Hedaya, David Bowie, Douglas Lambert, Edward Wiley, George Camiller, Howard Blake, James Aubrey, Jane Leeves, John Pankow, John Stephen Hill, Lise Hilboldt, Michael Howe, Oke Wambu, Philip Sayer, Richard Robles, Rufus Collins, Shane Rimmer, Sophie Ward, Susan Sarandon, Suzanne Bertish, Willem Dafoe
Direção:
Tony Scott
Roteiro:
Ivan Davis, James Costigan, Michael Thomas, Whitley Strieber
Produção: Richard
Shepherd
Estréia no Brasil: 14/05/1983
Sinopse:
"The Hunger", o título original, tem
muito mais a ver com o filme em si do que o título traduzido. Não que ele tenha
sido mal escolhido, mas "Fome de Viver" dá mais aberturas às
interpretações metafóricas e subjetivas. Aliás, ele não está errado nesse propósito.
O filme, apesar do terror, tem idéias decentes para uma discussão. Mas
"The Hunter" resume melhor a idéia da produção em relação à sua
história.
Tudo acontece em Manhattan, Nova York. Mirian
Baylock (Catherine Deneuve) é uma bela mulher que vive com seu parceiro John
Baylock (David Bowie) em uma luxuosa mansão decorada com peças de arte
raríssimas. Acontece que John começa a envelhecer de forma brusca e rápida,
sendo logo tomado pelo desespero e pela irritação diante da indiferença de
Mirian, que parece já prever aquilo tudo. Ele, então, procura a Dra. Sarah
Roberts (Susan Sarandon), uma cientista especializada na busca pelo antídoto do
envelhecimento, tido para ela como uma "doença" que pode ser curada.
Para decepção de John, Dra. Roberts não acredita na sua história absurda e o
ignora. Ao perceber que ele não estava louco, Sarah tenta remediar o julgamento
errôneo, mas John, que já tinha perdido tempo demais, vai embora. Insistente,
Sarah vai até a casa dos Baylocks, mas não encontra John. Misteriosamente, ele
havia sumido. Ela, então, conhece sua esposa, Mirian. A partir daí, uma relação
estranha entre as duas começa e Sarah logo se vê envolvida em uma trama que
jamais imaginaria encontrar.
O longa-metragem não se ocupa em
contar uma história de começo, meio e fim. Ele mais me pareceu um recorte de
uma história. Vemos, sim, o começo, o meio e o fim de um filme, mas ficamos
longe de compreender de verdade a história daquelas criaturas. Muito já
aconteceu, muito do que acontece não nos é explicado e muito ainda virá a
acontecer.
A única coisa que é presente em todos os momentos
do filme é o mistério. Nada é esclarecido de forma completa. Os diálogos são
mínimos e precisos. Isso talvez seja o ponto destaque do projeto, além de sua
produção específica, com maquiagem e figurino típicos do estilo adotado.
O diretor Tony Scott – que antes seria Alan
Parker ("Mississipi em Chamas" e "A Vida de David Gale") –
conseguiu um cult-gótico memorável. Ao contrário de muitos filmes de terror,
"Fome de Viver" passa longe de ser explícito. O tom vampiresco vem
das sutilezas e não do óbvio. Não vemos caninos, veias abertas ou violências
bizarras. Vemos juras de "para sempre e sempre", flashes atemporais,
o ar clássico típicos dos grandes vampiros e, óbvio, o sangue, abordado muito
mais poeticamente do que como tinta para encher os olhos do telespectador com
horror.
Outro filme que não usou a imagem padrão de
vampiro, e que exigiria muito mais tais recursos, foi o filme
"Drácula", de 1979, com o ator Frank Langella. Todavia, apesar da
ausência de caninos, o longa tem todas as situações que deságuam em um desfecho
de amor, crime, sedução e morte.
Temos, então, em "Fome de Viver" uma
quebra com o óbvio, temos uma adaptação, ou, talvez, uma evolução. Vampiros sem
caninos, sem cruzes, sombrios, porém destemidos do sol. Se, por um lado, Scott
fugiu das linhas comuns, outro traço foi exagerado, mas ainda cheio de
significado. Estamos falando do estigma da beleza.
Catherine Deneuve exala elegância. Linda.
Certamente, a vampira mais atraente que já passou pelas telas do cinema. Ícone
da beleza. David Bowie já pode levantar controvérsias, mas ninguém pode dizer
que ele não esbanja estilo e ousadia, além de elegância. E, por sinal, acho que
ele é estranhamente sedutor. Esse ar de beleza envolvente e assassino só lembra
um personagem do escritor inglês Oscar Wilde: o belo e ambicioso Dorian Gray. O
rapaz que temia envelhecer e fez um pacto para manter sua beleza eterna com a
condição de nunca olhar o quadro que envelheceria em seu lugar. John lembra o
desespero de Dorian. Afinal, qual o preço a se pagar por querer ser dono do
tempo e viver várias vidas? A vontade de driblar o tempo é um dos grandes
anseios do homem.
O filme apresenta seqüências caóticas. Um sutil
paralelo entre a vida humana e a vida animal é traçada. Dois tipos de vidas tão
diferentes e tão iguais. Ambas ligadas pela "doença" do
envelhecimento. Muitas idéias e sensações são passadas não pelo diálogo, mas
pela seqüência de imagens.
A trilha sonora é bastante adequada. Apelando
tanto para o rock gótico – como a banda Bauhaus que canta "Bela Lugosi is
Dead", uma apologia à morte do grande ator que personificou Drácula no
cinema – como apela para a música clássica, típica da tranqüilidade fria dos
vampiros. Ora tensa e agressiva, ora clean e calma, a música serve para dar o
tom intencional nas seqüências exatas. Ela assume o papel de musa, fazendo
referência à história da arte aqui. E já que estamos falando em significados,
os óculos escuros, tão usados no figurino do casal Baylock, me lembraram da
simbologia das máscaras, reforçando a força do desconhecido.
Agora, uma seqüência não pode ser ignorada: a
cena de amor entre Mirian e Sarah. Sarandon e Deneuve deixando os mais
tradicionais de cabelo em pé. Há quem diga que a cena foi desnecessária, outros
ficaram abismados… Dentro do filme, ela tem sua serventia e sua explicação.
Talvez devesse apenas ser diminuída, mas não deixa de ser um espetáculo para
quem vê.
Enfim, cada um que tire suas próprias
interpretações. "Fome de Viver" traz questionamentos, terror,
mistério. E, no final, eis a grande dúvida sobre a maldição ou privilégio dos
personagens, ao som da sonata para violino e piano de Franz Shubert, lembrando,
apesar do terror e do gótico, o ar de poesia e beleza que foram pano de fundo
de todo o filme.
Tudo bem que essa é a história de amor mais famosa de todos os tempos, ainda
assim, não dá nem para contar quantas adaptações “Romeu e Julieta” sofreu
desde que William Shakespeare escreveu o drama romântico no século XVI. Uma das
mais recentes e simpáticas, a animação“Gnomeu
e Julieta” – que transformou os apaixonados em enfeites de jardim
–, acaba de ganhar companhia no quesito criatividade e pelas mãos de Stan
Lee.
A 1821 Comics - editora lançada pela produtora
hollywoodiana 1821 no ano passado - anunciou seu primeiro projeto da parceria
com o magnânimo Stan Lee. E que também tem assinatura de outro
escritor ainda mais magnânimo: William Shakespeare. É Romeo
and Juliet: The War - adaptação futurista da clássica peça do
bardo.
"Dois grupos de soldados super-humanos que transformaram o
Império de Verona no território mais poderosos da Terra. Os MONTÉQUIOS,
poderosos ciborgues criados com DNA artificial, e os CAPULETOS, humanos
geneticamente modificados para ganharvelocidade e agilidade, cooperaram para destruir todas ameaças à cidade. Sem
ter mais com quem lutar, os Montéquios e os Capuletos encontraram novos
inimigos: um ao outro", diz a descrição da HQ. Daí em diante
tem amor proibido entre as famílias e tudo mais que você já conhece. Confira as
imagens de divulgação na galeria.
Stan Lee, à moda Stan Lee, diz que é a melhor HQ em que já trabalhou: "É
a graphic novel que sempre sonhei em fazer. Pegue uma das grandes histórias
desse mundo, conhecida e amada em todo o planeta, coloque-a sobre o pano de
fundo de um era futurista, mais violenta, mais tragédia-da-ciência - embeleze-a
com as ilustrações mais poderososas e deslumbrantes já vistas e produza-a no
formato mais de encher os olhos que existe. Romeo e Julieta: A Guerra! É o
grande acontecimento da era da graphic novel."
É bom dizer que Lee tem crédito apenas como "criador" junto a Terry
Douglas - de um trabalho cujo roteiro é de Max Work,
os desenhos de Skan Srisuwan e a ideia original, do século
XVI.
O lançamento está previsto para o fim do ano nos EUA.
O que foi feito da ilusão? Da doçura das palavras? O que foi feito do
meu coração? Meus olhos continuam ternos, mas minhas mãos já não afagas. Minha
boca terminou no inferno. Tuas lembranças são vagas...
Bate a
tristeza, lentamente. Corroendo a minha alma. Não sou nada por aqui. Nada sou
nada, sou apenas partículas do solitário vento que velozmente sopra para o meu
fim da linha. Não tem data, nem validade. Apenas a vontade de chegar ao final
da minha linha do tempo...
Deixe-me apenas viver ou mata-me de uma vez, pois ao te perder aos
poucos reconstituem em mim as temíveis partículas da solidão.